Por Artur Reis
Fonte: Media Pop Sugar Assests |
De vez em quando eu abordo alguns casos emblemáticos de Gestão de Crise neste blog visando avaliar a evolução dos fatos e as medidas tomadas.
O caso do nadador americano Ryan Lochte, medalha de ouro nas Olimpíadas
Rio 2016, é um exemplo típico do que não se deve fazer.
Em primeiro lugar, como representante oficial do principal país, em
número de medalhas na história das Olimpíadas, ele nunca deveria ter feito o
que fez. Erros são cometidos, mas insistir no erro agrava a situação. Ao invés
de ter dado uma declaração em que assumia a culpa e se desculpava pelo erro
cometido, Lochte foi a imprensa e criou uma versão fantasiosa que jogou muito
combustível na lenha do fogo da crise. Em questões de horas o incêndio era
irreversível e se espalhava por diversos países no mundo. O Governo do Estado
do Rio de Janeiro, a Polícia Federal e o Comitê Olímpico tinham que apurar o
caso para não pôr em cheque a imagem do Brasil como país violento.
Encurtando a história, ao voltar para os EUA a própria imprensa
americana ao apurar os fatos, conseguiu detectar indícios de mentiras e
controvérsias nas diversas entrevistas que o nadador deu às emissoras. Com isso
sua versão caiu por terra e sua imagem ficou altamente deteriorada. Para quem
não sabe, os americanos não aceitam mentiras de figuras públicas, pois afeta a
imagem do próprio país. Ele passou a ser hostilizado por muita gente em sua
própria terra.
Twitter de Ryan Lochte |
Mesmo se desculpando publicamente Ryan Lochte não foi capaz de assumir
integralmente sua culpa, deixando uma ponta de dúvida em relação ao ocorrido.
Isso não colou e tampouco resolveu seu problema. Sabemos que ao chegar nos EUA,
Lochte contratou o profissional de Relações Públicas, Matthew Hiltzik, para
ajudar a limpar sua barra perante a mídia e a sociedade em geral. Mas, mesmo
assim ele não fez o dever de casa correto. As pessoas até perdoam quando o
culpado admite o seu erro e perde perdão. As pessoas se comovem quando a pessoa
é sincera diante do seu erro. E nesse caso isso não aconteceu bem assim. Ele
deixou dúvidas no ar. E ainda por cima sua fama de bad boy só piorou a sua
situação.
Prejuízos à vista
Para quem estava nivelando-se no rol das celebridades, esse episódio
pode custar muito caro a sua imagem e ao seu bolso.
O prejuízo num caso desses é muito alto para quem é celebridade e vai
desde a perda de patrocínios e publicidade (cerca de R$ 32 milhões), à punições,
multas, suspensão e até mesmo a possibilidade de não representar os EUA nas
próximas olimpíadas de 2020 em Tóquio.
Podemos então concluir que mentir não é bom e insistir na mentira é idiotice. E não saber gerir a crise é pecado mortal!
Para quem tem interesse em conhecer um pouco mais sobre Gestão da Crise de Imagem basta acessar o link abaixo da minha postagem que trata do lado conceitual da Gestão de Crise.