segunda-feira, 22 de agosto de 2016

GESTÃO DE CRISE DE IMAGEM – O CASO DO NADADOR RAYAN LOCHTE

Por Artur Reis


Fonte: Media Pop Sugar Assests
De vez em quando eu abordo alguns casos emblemáticos de Gestão de Crise neste blog visando avaliar a evolução dos fatos e as medidas tomadas.

O caso do nadador americano Ryan Lochte, medalha de ouro nas Olimpíadas Rio 2016, é um exemplo típico do que não se deve fazer.
Em primeiro lugar, como representante oficial do principal país, em número de medalhas na história das Olimpíadas, ele nunca deveria ter feito o que fez. Erros são cometidos, mas insistir no erro agrava a situação. Ao invés de ter dado uma declaração em que assumia a culpa e se desculpava pelo erro cometido, Lochte foi a imprensa e criou uma versão fantasiosa que jogou muito combustível na lenha do fogo da crise. Em questões de horas o incêndio era irreversível e se espalhava por diversos países no mundo. O Governo do Estado do Rio de Janeiro, a Polícia Federal e o Comitê Olímpico tinham que apurar o caso para não pôr em cheque a imagem do Brasil como país violento.
Encurtando a história, ao voltar para os EUA a própria imprensa americana ao apurar os fatos, conseguiu detectar indícios de mentiras e controvérsias nas diversas entrevistas que o nadador deu às emissoras. Com isso sua versão caiu por terra e sua imagem ficou altamente deteriorada. Para quem não sabe, os americanos não aceitam mentiras de figuras públicas, pois afeta a imagem do próprio país. Ele passou a ser hostilizado por muita gente em sua própria terra. 

Twitter de Ryan Lochte
Mesmo se desculpando publicamente Ryan Lochte não foi capaz de assumir integralmente sua culpa, deixando uma ponta de dúvida em relação ao ocorrido. Isso não colou e tampouco resolveu seu problema. Sabemos que ao chegar nos EUA, Lochte contratou o profissional de Relações Públicas, Matthew Hiltzik, para ajudar a limpar sua barra perante a mídia e a sociedade em geral. Mas, mesmo assim ele não fez o dever de casa correto. As pessoas até perdoam quando o culpado admite o seu erro e perde perdão. As pessoas se comovem quando a pessoa é sincera diante do seu erro. E nesse caso isso não aconteceu bem assim. Ele deixou dúvidas no ar. E ainda por cima sua fama de bad boy só piorou a sua situação.  


Prejuízos à vista

Para quem estava nivelando-se no rol das celebridades, esse episódio pode custar muito caro a sua imagem e ao seu bolso. 
O prejuízo num caso desses é muito alto para quem é celebridade e vai desde a perda de patrocínios e publicidade (cerca de R$ 32 milhões), à punições, multas, suspensão e até mesmo a possibilidade de não representar os EUA nas próximas olimpíadas de 2020 em Tóquio.


Podemos então concluir que mentir não é bom e insistir na mentira é idiotice. E não saber gerir a crise é pecado mortal!

Para quem tem interesse em conhecer um pouco mais sobre Gestão da Crise de Imagem basta acessar o link abaixo da minha postagem que trata do lado conceitual da Gestão de Crise.