domingo, 8 de janeiro de 2012

Informação: a bússola do empreendedor


Estou apresentando abaixo um artigo muito interessante, falando sobre a importância do planejamento para micro e pequenas empresas, publicado em 22/12/11 pela Regina Paes no blog Comunidade Grupo Foco. 





Fonte: https://www.freeimages.com/pt/photo/compass-1-1420922

Lançar-se ao mar dos negócios sem bússola, contando que o vento o leve a um porto seguro, pode ser muito arriscado.  A sorte favorece a mente bem preparada.  Por isso, informe-se, pesquise o mercado, busque ajuda experiente e especializada, elabore um plano de negócios consistente e corra atrás dos seus sonhos.

Por Regina Paes* 

Você que pretende abrir um negócio, manter ou expandir um existente, tenha em mente que a informação é a bússola do seu empreendimento.  Uma ideia na cabeça combinada ao seu espírito empreendedor é um ponto de partida poderoso, só que o negócio pode naufragar se não for bem conduzido ao longo da rota.  A visão da oportunidade é o impulso para a busca de informações sobre o ambiente de negócios, o público-alvo e as tendências de mercado.  Isso só para dizer o mínimo sobre o conhecimento necessário para navegar com mais segurança, aumentando as chances do seu empreendimento ser bem sucedido.
As micro e pequenas empresas (MPEs) desempenham um papel de destaque na movimentação da economia no Brasil, empregam cerca de 60% da população economicamente ativa. São responsáveis, no acumulado de 2011, por 76% dos novos empregos formais.  Representam 99% do total das empresas do País.  Em 2009 eram 5,9 milhões, a cada ano 200 mil novos micro e pequenos empreendimentos ingressam na economia.  Em contraste, estima-se que o faturamento das MPEs representa apenas 20% do PIB nacional.  Estudo recente do SEBRAE, revela que a taxa de sobrevida das MPEs está melhorando, no entanto a taxa de mortalidade ainda é alta, 27% são extintas com até 2 anos de atividade.  Em países desenvolvidos, como Alemanha e Inglaterra, essa taxa gira em torno de 10% a 15%.
Alguns fatores influenciam a baixa produtividade, podendo levar ao insucesso do negócio:
  • Falta de planejamento prévio adequado por parte do empresário, como análise de mercado, ambiente de negócios, tendências e conhecimento do público-alvo;
  • Deficiências dos empreendedores em processos de gestão empresarial;
  • Ausência de comportamento empreendedor e liderança aliado ao impacto de problemas pessoais sobre os negócios;
  • Baixa conscientização sobre inovação na construção de valor, o que leva à limitada aplicação de inovação e tecnologia na formulação de produtos e serviços e nos processos de gestão e logística;
  • Juros elevados e carga tributária: custo financeiro e tributos limitam a disponibilidade de recursos para o empreendedor investir na atualização e expansão do negócio.  Mesmo diante de algumas políticas públicas de apoio, como o Simples Nacional e o microcrédito.
Familiarizado com o contexto, o Empreendedor deve refletir sobre suas competências para abrir e gerir um negócio.  A ousadia está na essência do Empreendedor, no entanto ele deve prever o eventual risco que ele próprio poderá representar.  Além da intuição e dos conhecimentos e habilidades preexistentes, o Empreendedor iniciante deve buscar capacitação em gestão empresarial.  O que não quer dizer que precisa saber tudo, mas ser capaz de identificar problemas e buscar apoio sempre que precisar.  O Empreendedor não precisa ser um herói solitário.
A gestão empresarial qualificada e responsável aliada à elaboração de um Plano de Negócios realista, acionável e não estático, são elementos importantes para a sustentabilidade do empreendimento.
O Plano de Negócios é a materialização da ideia empreendedora, elaborado com o envolvimento direto do Empreendedor e, se necessário, com a ajuda de especialistas.  Cerca de 50% dos pequenos empreendedores não procuram algum tipo de consultoria antes de abrir um negócio. Em muitos casos descobrem tardiamente que o quebra-galho comprometeu os resultados da empresa.
Objetivo e conciso, porém completo, o Plano deverá reunir informações disponíveis, em fontes secundárias, somadas às primeiras impressões, em sondagens informais, sobre a expectativa de demanda, potenciais clientes, concorrentes e fornecedores.  Um mapeamento inicial ajuda o Empreendedor a amadurecer a ideia, a dimensionar o negócio e comparar com suas expectativas.
Evoluindo no Plano, percebe-se a importância de conhecer melhor o público-alvo, seu perfil, aspirações e percepções sobre os potenciais concorrentes, identificando eventuais brechas não atendidas.  É a hora e a vez de uma pesquisa de mercado.  Planejada, conduzida e analisada por consultoria especializada faz muita diferença.  É um investimento, nem sempre caro como se imagina, que reduz o risco do negócio e a perda financeira do Empreendedor.  As MPEs não têm fôlego financeiro para sustentar um possível erro de avaliação de oportunidade real de sucesso de um negócio, o que aumenta a importância de uma avaliação inicial bem feita.
Combinadas à intuição do Empreendedor, informações coletadas com qualidade e não tendenciosas são a bússola norteadora dos negócios, em fase de start-up, sustentação ou expansão.  Auxiliam a analisar a viabilidade, aprimorar produtos e serviços e detectar novas tendências de mercado para o crescimento sustentável do negócio.
Empreendedor, ouse, vá em busca dos seus sonhos, mas navegue com direção e a mente alerta para mudar a rota quando for preciso.

*Regina Paes é Sócia-diretora da Visão Pesquisa & Gestão da Informação e Especialista do Boteco do Conhecimento. 


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