No mundo dos negócios, uma marca bem
estabelecida faz toda a diferença. Porém, isso não é privilégio das grandes
corporações. O fotógrafo, por exemplo, também
pode ter a sua. Mas não se trata
apenas de bolar uma logomarca interessante. Para que esta
comunique
eficientemente ao público-alvo as credenciais do profissional, é preciso
alguns
cuidados.
“Na verdade, o que o fotógrafo deve estabelecer não é apenas uma marca,
mas sim um estilo, uma visão única, um
diferencial ou especialização. A marca
deve representar isso de forma que seus futuros clientes associem a marca
a
toda uma ideia e personalidade”, destaca o fotógrafo paulista Luciano
Mello, 42, autor do blogue Fotobusiness.
Luciano Mello: uma marca bem construída pode fazer a diferença num
mercado competitivo
(foto: Geisa Caroline)
Para ilustrar a ideia, ele cita duas empresas do ramo, Leica e Canon,
que ao longo dos anos souberam associar sua marca
a ideais de qualidade e
tradição, no primeiro caso, e tecnologia e inovação, no segundo. “Para o
fotógrafo vale a mesma
regra: uma marca deve representar o que o fotógrafo tem
de melhor a oferecer e, num mercado tão competitivo, às vezes
uma marca bem
construída e que se comunique com seus clientes de forma eficiente pode ser um
trunfo e ajudar a
destacar um profissional dentre outros”, diz Luciano.
O especialista fixa como primeiro passo para construir uma boa marca
pensar antes no que se pretende comunicar, nos
valores que a marca irá
representar. A partir disso, é preciso desenvolver uma série de ações para que
a simbologia
adotada seja eficiente.
“A marca não está apenas em um logotipo, está em toda comunicação visual
que usamos. Do logotipo às fontes usadas,
as cores e design de nossos cartões e
papelaria, tudo tem que fazer sentido para nossos clientes e ser coerente com a
percepção que esperamos que tenham de nosso trabalho”, pontua.
Seguindo essa lógica, você deve acrescentar à sua logo elementos que
correspondam ao segmento em que atua:
“Se trabalhamos com fotografia de
casamento, não faz sentido utilizar um símbolo como, por exemplo, uma caveira,
obviamente não seria uma boa ideia. Podem ser utilizados elementos leves que
remetam à ideia de união e romantismo”,
sugere o fotógrafo, que publicou em seu site alguns exemplos bem e malsucedidos de logomarcas de fotógrafos.
Luciano faz questão de frisar que o processo de construção da marca
depende de uma sequência de fatores.
Não existe ação isolada, especialmente no
que diz respeito ao posicionamento do profissional em seu mercado.
Portanto, é imprescindível que o nome por detrás da marca tome certas medidas não apenas
para agregar valor a ela,
mas principalmente para não depreciá-la.
Mantenha seu portfolio nas redes sociais coerente
com o foco do seu trabalho comercial, recomenda Luciano
O alerta faz todo sentido quando o assunto é divulgação. O mais comum
nos dias de hoje é usar as redes sociais para se
promover e prospectar novos
clientes. No entanto, é preciso cautela.
“Uma marca é construída para criar uma percepção em seus clientes sobre
uma empresa ou um profissional. No caso dos
fotógrafos, geralmente somos a
empresa, então às vezes devemos nos conter no que expomos em redes sociais. Se
eu
sou um fotógrafo que trabalha principalmente com retratos de crianças, é
importante compreender que o seu público-alvo
tem uma certa expectativa e
percepção que você mesmo construiu e estabeleceu. Então, certos comportamentos
podem
ser negativos perante esse público”, orienta Luciano.
“Pense numa marca como a Nike patrocinando uma rave ou um festival
gastronômico”, ele continua. “Não faria muito
sentido, por isso eles patrocinam
esportes e atividades relacionadas a sua essência e ideologia de comunicação. O
mesmo
vale para nós: se trabalhamos com fotos de crianças, não seria uma boa
ideia ficar publicando fotos de seus ensaios de
nudez, isso não faz sentido
para os seus clientes e com certeza iria agir contra o profissional, criando
uma percepção
contrária que com certeza seria nociva ao nosso trabalho”.
Por isso, ele recomenda bom senso: “Uma marca é toda a percepção que o
seu público tem sobre sua empresa e ser
coerente com a imagem que criamos com
base naquilo que acreditamos ter de melhor é o mais importante, pois, como
muitos de nós utilizam os próprios nomes como marca, raramente teremos uma
segunda chance. Ninguém quer associar
o nome de forma negativa, por isso bom
senso, planejamento e coerência são importantes para manter sua marca da
melhor forma possível”.
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