Prof. Artur Reis: TEMPOS SOMBRIOS PELA FRENTE

Por Artur Reis

Não precisou passar alguns dias para começar o inferno astral do recém-empossado Presidente Donald Trump nos Estados Unidos. Ali mesmo no seu discurso de posse, Trump cometeu as mesmas gafes e absurdos que vinha cometendo como candidato.

O grande problema é que Donald Trump agora é o Presidente dos Estados Unidos. É a maior liderança do Ocidente e é considerado o homem mais forte do mundo em termos de poder.

Tem capacidade de influenciar totalmente a geopolítica mundial.

Sem querer me ater às questões políticas, todos nós sabemos que o bom relacionamento com a imprensa é imprescindível para qualquer pessoa que ocupe um cargo público ou executivo. Quanto maior o seu nível hierárquico numa organização, maior a necessidade de saber lidar com a imprensa.

Mas quando se trata de um cargo político de alta dimensão, como é o Presidente dos Estados Unidos, a pressão é muito maior. Qualquer deslize pode gerar uma crise. Entretanto, no caso de Donald Trump, tudo que podemos aprender nos livros em termos de relacionamento com a imprensa parece ter sido jogado no lixo. Ele vem nadando contra a corrente desde que era candidato a candidato, com ínfimas chances de ser nomeado.

É claro, que como empresário, que atua há muitos anos no ramo de entretenimento e comunicação, ele aprendeu a usar bem a imprensa para impulsionar o seu nome e sua candidatura, criando diversas polêmicas que geraram muitas matérias ao estilo do “falem mal, mas falem de mim”!

Isso até deu certo, mesmo sendo chacota em quase todos os programas de TV´s americanos e do mundo inteiro. Donald Trump conseguiu passar sua mensagem e chegar aos ouvidos de uma grande quantidade de americanos que estavam insatisfeitos por sofrerem os efeitos da crise e serem contrários ao programa de bem-estar social criado por Barak Obama.

David letterman exposes Donald trump on tv show

Ele foi eleito, apesar de ter toda a imprensa contra si, porém chegou a hora de fazer as pazes com a mídia. Agora é a hora de ser politicamente correto. Ele precisa do apoio da mídia para fazer chegar suas mensagens e obter a aprovação dos americanos. Afinal, ele assumiu o Governo com uma das mais baixas taxas de aprovação de um presidente americano no início de seu mandato: 42%.

Pode parecer exagero, mas é difícil governar tendo o povo todo contra você. Especialmente tratando-se de um país com tradições tão democráticas. Discutir, confrontar e comprar brigas com a imprensa é a última coisa que se deve fazer nesta vida. Pior ainda é lançar a mão de mentiras e de “fatos alternativos” para explicar o que é inexplicável. Tudo isso é motivo para se gerar uma crise!

Vide: CNN Politics

Como ele poderá unir todo o povo em favor do país, se ele mesmo não consegue “aprender a lição” do que pode e do que não deve ser dito publicamente? Seus assessores terão muita dificuldade em controlá-lo e tentar apagar todos os incêndios que ele vai iniciar, através de palavras e falas que agem como fagulhas em barril de pólvora.

Daily News

Donald Trump é presunçoso e arrogante. Isso pode até dar a alguns americanos a sensação de força e poder. Mas, ele consegue ficar mal não só com a imprensa, mas com os empresários, com líderes religiosos, com celebridades, com formadores de opinião, etc. Esse tipo de atitude poderá levar a tempos muito sombrios pela frente! Serão tempos de Crise! Talvez ele só tenha que administrar uma crise. A crise das crise! É claro que se tudo continuar como está se desenhando, o Governo de Trump irá enfrentar uma crise após a outra. Talvez até deva criar um Ministério da Crise.

Todos nós sabemos o final desse filme trágico, quando os podres de um político são jogados nas manchetes dos jornais para o público ávido por qualquer razão que justifique o seu impeachment.

Vamos torcer que ele aprenda a lição e se matricule urgentemente no Curso de Gestão de Crise de Imagem. Ele tem muito a aprender nesse quesito!

Ultradownloads: tempestade

Da minha parte eu espero sinceramente que ele mude seu comportamento e venha a mostrar a todos que é um verdadeiro líder, não só nas suas palavras, mas principalmente nas ações. Ele tem que passar credibilidade não só ao povo americano, mas às pessoas de todas as nações. Será um caso referência no futuro de gestão de crise.

Vamos ver por quanto tempo os ventos sombrios irão continuar assoprando no céu norte-americano.