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segunda-feira, 6 de agosto de 2012

CASO MUÇÃO - FECHAMENTO (GESTÃO DE CRISE DE IMAGEM)


Por Artur Reis

Enquete

A enquete foi fechada com apenas 20 participações individuais. Metade dos participantes assinalou não saber o que dizer sobre o caso. Isso pode significar realmente um baixo conhecimento sobre o caso, ou mesmo o desejo de não se comprometer com uma resposta. Algo como não querer fazer um julgamento. Contudo apenas 21% realmente diziam acreditar que o Mução era inocente.

Embora o número de participantes da enquete tenha sido baixo, recebi muitas mensagens pelo correio eletrônico falando sobre o caso. Tive também a oportunidade de conversar com muitas pessoas que acompanharam o caso e que manifestaram sua opinião de maneira informal. Nesse caso, a maioria não acreditava na inocência do Mução, apesar das evidências apresentadas pela mídia.

Quadro de Menções no Google sobre o Caso

Apenas para efeitos de comparação, volto a publicar o quadro com o número de menções registradas no Google sobre o caso Mução, comparado o resultado de hoje, com o número identificado em 07/07/12. Vejam que a quantidade total de menções sobre o caso caiu muito desde então. Em relação aos temas ”prisão” e “culpa”, o Google registrou uma queda de 18,5% apresentando 1.418.260 menções agora. Já os temas “liberação”, libertação e “inocência” apresentaram uma queda de 28,3%, com apenas 586.659 menções. Isso comprova que a notícia negativa sempre tem maior destaque do que a positiva, quando se prova o contrário.






Conclusão

O caso Mução não será o único nem tampouco o último caso a envolver pessoas famosas em escândalos que geram crise de imagem. Em geral o desfecho desses casos é desfavorável aos acusados, mesmo quando são inocentes.

Dois fatores, porém, não podem ser esquecidos. Primeiro, a memória fraca dos brasileiros. Segundo, a capacidade dos brasileiros de relevarem ou minimizarem o fato, ou a culpa dos acusados. Quando se trata de celebridades, ou de pessoas que gozam de um conceito positivo junto a um determinado público, existe uma espécie de crédito natural, que de certa forma cria um colchão contra possíveis problemas ou manchas na reputação dessas pessoas. Quantos artistas já estiveram envolvidos em escândalos, por “espancarem a companheira”, “agredirem fotógrafos”, “serem presos por consumo de drogas”, “causarem tumulto em locais públicos”, etc.? Mesmo assim, apesar dos deslizes, esses artistas continuaram suas carreiras e foram perdoados pelo público em geral depois de algum tempo.


Todavia, quando se trata escândalos envolvendo pornografia infantil, estupros, pedofilia e assassinatos, a coisa fica mais difícil para a celebridade acusada.


Já o caso Mução, não se trata apenas de uma crise de imagem envolvendo uma celebridade. Além de humorista, Mução é também um empresário radialista que tem um programa de altíssima audiência no cenário nacional. E aí a coisa muda muito para pior. A crise de imagem a ser também uma crise empresarial.


Mas, a mudança dos fatos logo nas primeiras 48 horas da notícia inicial ter sido divulgada ajudou muito a conter a onda de desdobramentos e difusão desse crime.
Assim que o irmão confessou o crime, a notícia perdeu força pela perda de interesse da imprensa. Afinal, não era mais o Mução o culpado e sim seu irmão. E graças a isso, seu programa não foi afetado, já que seus patrocinadores anunciantes não chegaram a cancelar o contrato.

Quero aproveitar para reproduzir o conteúdo de um blog publicado pela Tribuna do Norte, que pede perdão por ter noticiado a culpa do Mução quando este foi preso. Isso é realmente algo quase inédito na mídia.

Leiam: Perdão Mução, você é inocente, eu fui precipitada!

Quando se trata de Gestão de Crise, não podemos esquecer que um boato será sempre verdade para muitas pessoas que acreditam piamente no que aconteceu, mesmo que seja uma mentira.

Por isso, embora sempre haverá pessoas que irão acreditar na culpa do Mução, até que algum fato novo venha envolvê-lo novamente neste crime, ele estará com a sua imagem preservada junto à opinião pública. Ou seja, a crise foi debelada.

Observação: Caso esta postagem apresente algum problema operacional na leitura, favor clicar no link do título da postagem, pois este problema será corrigido.

Grato. Prof. Artur Reis

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